sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Quanto custa?

Por Isabela Dantas
("Bike" por Didipasstheacidtest, Deviant Art, 2010)

Marcamos às seis. Vários amigos se reuniram no Café recém-inaugurado da Cinelândia, mas entre eles percebi que nossa empreendedora não estava bem. Ela que sempre é tão ponderada, tão coerente nas escolhas, tão justa em suas decisões, naquele dia estava perdida, com uma dor no peito que chegava a doer na gente só de olhar. 

Ela trabalhava na empresa há alguns anos, não era exatamente onde pretendia ficar outros tantos, mas era muito querida por todos, requisitada pelos clientes, não tão bem remunerada quanto pretendia, mas sua independência financeira custava esse preço. 

Nossa empreendedora tinha muitas idéias, planos à vista, projetos no rascunho, mas o tempo era sempre curto: a empresa exigia as horas do dia, o equilíbrio da vida, a alegria da alma e, de repente, a saúde do corpo.

E foi nesse dia, no Café, que ela falou sobre isso pela primeira vez. Não que já não tivesse se queixado, resmungado, pensado sobre isso antes, mas parece que pela primeira vez, enfim, pôde ouvir o que dizia. E deu atenção.

Nossa empreendedora sonha alto. Quer um mundo melhor. Faz a sua parte sempre que pode. Desejava há muito arregaçar as mangas e trabalhar duro para tentar transformar em realidade o que o sonho já havia colocado no papel. Para isso, só faltava tempo. E, de uns tempos pra cá, alegria. E saúde.

Ao ouvir suas palavras, como num lampejo, vi minha amiga resplandecer em um largo sorriso e - não sei por que - tive a nítida sensação de que não lhe faltava mais nada. Ou melhor, faltava sim, mas talvez agora ela soubesse o que fazer com isso. Me lembrei do poeta que já disse um dia que "navegar é preciso". Não foi à toa. Navegar é mesmo tão certo quanto necessário. Só mesmo os que se lançam tem a chance de encontrar um caminho. E, ao que parece, ela acaba de se reencontrar. No caminho. Sorte nossa.


("Expresso do inferno" por Milla Scramignon, My Brownies, Rio de Janeiro, 01.out.10)

Shopping Tijuca, Avenida Maracanã 987, Tijuca, Rio de Janeiro.
Café Premier espresso: R$ 3,00.
Tirado por Janaína: creme quase inexistente, aroma forte, sabor ácido, gosto de queimado, dispensando maiores comentários. Segundo a atendente, depois de questionada sobre a qualidade do café, justificou dizendo que a máquina estaria "desregulada", embora tenha vendido a bebida durante todo o tempo em que estivemos no local. 
Padrão de qualidade Coluna Café: Um horror, mas o brownie é sensacional.


4 comentários:

Ana_P_ disse...

Um brinde a liberdade e possibilidade de mudança radical de vida!

Coluna Café disse...

Tim-tim!

Unknown disse...

Passei por esta loja hoje 26/12 a qual ainda não conhecia, pensando em saborear um browne com café, que parecia tentador. Mas qual, minha vontade foi devidamente "quebrada" pelo atendimento péssimo da garçonete, a qual me fez esperar dez minutos fingindo não ter me visto e quando pensei finalmente chegar minha vez, ela sem mais nem menos resolveu atender primeiro a mesa ao lado com umas pessoas que tinham acabado de chegar.Ante minha reclamação ela simplesmente me disse "se o senhor quiser pode reclamar com a gerente". Fiquei indignado com tanto desdém de alguem que se coloca como profissional. Óbviamente ao procurar a gerente, fui informado que não havia ninguém no momento para receber minha reclamação. Só me restou ir embora. Ainda bem que existem opções e a despesa de R$ 22 que eu ia fazer lá acabei fazendo no California Cofee, concorrente ao lado. Nada como a oportunidade de escolha!! Mas alerto aos amigos que o atendimento dessa loja é bem precário...

Raquel Faria disse...

Estou muito decepcionada e ao mesmo tempo aliviada por ter encontrado essa postagem sobre o My Brownies...
Acabei de chegar em casa, após uma experiência péssima lá. Duas moças atendiam as mesas, outras 4 preparavam os pedidos. Uma das garçonetes fingiu não me ver e foi arrumar uma cadeira que um cliente havia deixado fora do lugar, fez isso jogando a cadeira, fazendo cara feia e resmungando. Infelizmente ELA veio me mau-atender, me ignorou enquanto eu fazia o pedido. Resmungou que não ia trabalhar por duas e por incrivel que pareça chamou a outra atendente de LESADA... enquanto anotava meu pedido!!! Trouxe meu pedido, 1 brownie completo e 1 café. Como disse o artigo.. cafézinho muito sem-vergonha e o brownie perdeu o encanto diante de tanto descaso. Na hora de trazer a conta... valor a pagar R$17,00 + 10% = R$18,70, fui pagar com cartão de crédito e ela me disse que o serviço não poderia passar no cartão de crédito (fiquei até feliz, já que não pretendia pagar pra ser maltrada), paguei os R$17,00 e quando ia saindo ela falou "SENHORA, O SERVIÇO..." (sim.. ela disse gritando..., E EU DISSE " Não é opcional?!"... ela disse que sim e berrou com a menina do caixa "MESA 5 NÃOOOO PAGOU O SERVIÇO" e continuou me olhando com olhar ameaçador... Que pena que eu tenho do proprietário da My Brownies do shopping Tijuca...